Durante minha iniciação maçônica, uma pergunta feita pelo Venerável Mestre me marcou profundamente: “Que entendeis por Virtude?”. Esta indagação, embora simples, encapsula uma profundidade que pode deixar muitos sem palavras. Geralmente, as respostas variam, mas todas convergem para um conceito central: a virtude é uma disposição da alma que nos impulsiona a praticar o bem, seguindo princípios de ética, justiça, prudência e temperança.
Na Maçonaria, a virtude é mais do que uma qualidade desejável; é uma exigência para admissão na ordem. Espera-se que um maçom seja não apenas um livre pensador e de vontade própria, mas que também demonstre uma capacidade de discrição absoluta. Esses preceitos éticos são fundamentais para aqueles que buscam os ensinamentos oferecidos na Loja, onde se adquire conhecimento através da prática do bem.
Na Loja Maçônica, considerada o epicentro do desenvolvimento moral, os irmãos recebem instruções essenciais para o aprimoramento de suas virtudes sociais. É um espaço onde as teorias se transformam em práticas através da interação contínua e das atividades maçônicas. Aqui, a virtude é tratada não apenas como um conceito abstrato, mas como uma prática vivenciada, moldada pelas experiências compartilhadas e pelos graus maçônicos adquiridos ao longo do caminho.
A Maçonaria define a virtude como um padrão de pensamento e conduta que se alinha a elevados padrões morais. Esses padrões são delineados e reforçados pelas instruções ritualísticas e pelos estatutos da ordem. Em nossas sessões, somos continuamente incentivados a moldar nosso espírito às grandes afeições da vida, desenvolvendo uma compreensão sólida da virtude. Segundo o Ritual Maçônico, é somente através da adesão aos princípios eternos da moralidade que podemos alcançar um equilíbrio de forças e sensibilidade que é fundamental para a verdadeira “ciência da vida”.
A jornada para adquirir virtude é descrita pela Maçonaria como arduamente gratificante. Embora o processo seja exigente, é visto como um investimento no bem individual e coletivo, multiplicando a felicidade alheia. Este é o cerne do trabalho maçônico: esforçar-se na busca pela virtude, que, como observou o escritor G. K. Chesterton, não é simplesmente a ausência de vícios, mas uma entidade distinta e definida, tão palpável quanto a dor ou um aroma particular.
Portanto, ao refletir sobre “Que entendeis por Virtude?”, os maçons são chamados a considerar a virtude não apenas como um ideal a ser alcançado, mas como uma prática diária que define o curso de suas vidas e interações. É um elemento fundamental que fortalece o tecido moral da Maçonaria e, por extensão, da sociedade como um todo.
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